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Vida, Morte e para além de….

"As nossas vidas são como a respiração, como as folhas que crescem e caem. Quando realmente entendermos sobre as folhas que caem, seremos capazes de varrer os caminhos todos os dias e nos alegrar com as nossas vidas neste mundo mutável" Ajahn Chah

Quando foi a última vez em que realmente se sentiu vivo? A pulsar de energia a partir do seu interior? Quando foi a última vez que observou com tamanho deslumbramento um pôr-de-sol que a vida parece ter ficado momentaneamente em pausa? Quando foi a última vez que rebolou na areia porque sim, que sentiu o êxtase nos seus sentidos enquanto saboreava um doce gelado, que se encantou com o simples toque da água no seu corpo durante um duche?

E quando foi a última vez que abraçou alguém como se não houvesse amanhã, que beijou como se fosse a última vez, que se partilhou como se em nada importasse o que os outros pudessem pensar ou dizer? Que concretizou um sonho, que fez a viagem que desejava há anos e que fez exactamente o que o seu coração pediu?

Pois é… às vezes quando pensamos nisso observamos que já passou muito tempo desde que o fizemos pela última vez… e outras vezes só tomamos consciência de que nunca o fizemos no momento em que estamos prestes a deixar este corpo, como quem se prepara para abandonar as roupas gastas e usadas que já não servem mais o seu propósito…

A vida é muito breve! E passa mesmo num instante. E por mais que o saibamos continuamos a viver e a agir como se tivéssemos todo o tempo do mundo. Mesmo que saibamos que o nosso tempo é limitado e que cada dia que vivemos é menos um que temos para viver.

Menos um dia que temos para viver, para amar, para estar com aqueles que são realmente significativos na nossa vida, para tornar os nossos projectos realidade, para ser exactamente tudo o que sonhamos ser na nossa vida!

Ou será que acredita mesmo que as pessoas que ama vão estar cá para sempre?

Ou será que vive a ilusão de que vai viver para sempre, e prefere nem pensar acerca do dia que mais cedo ou mais tarde chegará, o dia da sua morte?

Sim, até podemos escolher fechar os olhos, tapar os ouvidos e fazer de conta que esse facto não é real. Ainda assim… ele vai acontecer. Quer pensemos nele, quer não pensemos.

Mas de que serve pensar? Para que hei-de eu pensar acerca da minha própria morte, ou das pessoas que me são mais queridas?

Porque pensar a morte é decidir sobre a vida. Essa mesma que está a viver Agora. No momento em que contemplamos com profundidade o tema morte, e o integramos na nossa vivência diária, apercebemo-nos de forma mais intensa do milagre que é estar vivo, o milagre que é cada instante que vivemos, cada contacto que fazemos com cada realidade que toca a nossa. Como é precioso ver, tocar e sentir o mundo, como o perfume de uma simples rosa pode transformar completamente um dia, se sentido com o coração.

A vida a e morte sucedem-se uma à outra, como as estações do ano. Não há forma de o evitar.

Não é possível a natureza parar de forma a que seja sempre primavera, nem o Inverno durará mais do que o tempo que lhe é suposto. Assim é a nossa vida. E ainda que acreditemos que a vida dura para sempre, cada existência acontece no seu tempo certo, e é necessário que vivamos inteiros, e presentes em cada uma delas.

É urgente tomarmos consciência dessa impermanência, trazê-la para a nossa vida diária, e celebrarmos o facto de estarmos vivos a cada instante que temos o privilégio de poder contemplar.

Da mesma forma, sabendo que o nosso tempo é limitado, urge também contrariar a tendência de deixar tudo para fazer amanhã, tudo para dizer amanhã, tudo para sonhar amanhã… porque o amanhã pode mesmo nem chegar!

É de extrema importância criarmos o hábito de observar a forma como estamos a viver agora. Porque existem muitas formas de se estar vivo...

Há aqueles que, mesmo sem se aperceberem, passam pela vida mortos.

E há aqueles que, ainda que não o pretendam, com a (sua) morte nos ensinam a vida! E pensar na morte permite-nos decidir de novo, perceber que cada momento é uma dádiva. Este mesmo que vivenciamos AGORA.

E na realidade, é apenas neste momento que se encontra o potencial de tudo transformar, de tudo transcender.

Mas para isso é necessário querer. E é urgente parar. Parar, sentir e escutar. Que vida escolhe viver a partir de agora?

Já pensou nisso?

E se soubesse que tinha apenas mais um mês ou uma semana de vida, como escolheria passar esses últimos instantes?

O que faria de diferente? O que lamentaria não ter feito? Que pessoas gostaria de ver? Com que pessoas sente que tem assuntos pendentes para resolver? O que escolheria fazer em relação a isso? A que sítios gostaria de ir? O que gostaria de comer?

E se for real? E se for apenas esse tempo que lhe resta? Ou menos? Não há como saber… então, parece-me, o melhor mesmo é não correr o risco de descobrir demasiado tarde! Por isso… viva, aja, ame, faça acontecer! Sonhe, arrisque, saia da sua zona de conforto, todos os dias um pouco mais! Permita-se criar e desfrutar cada vez mais da vida que realmente sonha para si. Perceba o quanto o seu tempo (e o de todos os seres que se cruzam na sua vida) é precioso e decida como quer usá-lo. A fazer o quê. De que forma?

Que possa a sua vida ser cada vez mais um real reflexo daquilo que pensa, daquilo em que acredita.

Mas não espere que alguém, ou o tempo, o faça por si.

Faça acontecer!

Não amanhã, nem depois de amanhã, na próxima semana ou daqui a um ano… Hoje mesmo. AGORA!

Porque o momento que vive AGORA é de facto tudo o que tem de garantido.

E é uma verdadeira dádiva e por isso lhe chamam de presente.

O melhor é que tudo o que tem de fazer é apenas… dar o primeiro passo!

Avance em direcção a essa vida que, no seu coração, sabe que é a que quer viver! E se não sabe… faça por descobrir. Enquanto tem tempo…

autora: Cristina Gomes

www.cristinagomesterapias.com

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