Do Amor Romântico ao Amor Real
Muito se fala de amor.
Mas saberemos de facto o que é o Amor?
Em tantas histórias de amor que ouvimos há frequentemente um denominador comum: o amor que se transforma em ódio quando termina. E se não for ódio, talvez indiferença. Ou raiva. Ou desilusão. Ou quem sabe desalento ou frustração.
E o que aconteceu então ao amor? Ao grande amor vivido, às promessas de “forever and ever”?
O amor termina mesmo? Ou será que… nunca lá esteve?
Será que aquilo a que andamos a chamar de amor não será mais apego, carência, vontade de suprir uma falta que existe dentro de nós?
Até o facto de se chamar cara-metade a alguém com quem se partilha uma vida ou uma história… não é estranho?
Mas seremos nós tão incompletos que necessitaremos de alguém que nos torne inteiros?
Talvez seja o facto de se viver tantas vezes abaixo da nossa plenitude que nos coloca numa posição ideal para viver relações também limitadas.
Mas e o que sentimos? É real? Ou estaremos apenas a projectar no outro e na relação o que gostaríamos de viver cá dentro? A satisfação, a alegria, o entusiasmo, o encantamento? Ou a falta deles?
Se quando a relação termina nada resta… eu tenho muitas dúvidas de que o que estivesse na base da mesma fosse amor.
O amor morre? Ou simplesmente muda a sua forma?
Como avançar do ideal romantizado do amor para um amor que seja cada vez mais real?
Como saber que o que sentimos é de facto amor?
Para começar poderemos fazer-nos uma pergunta: O que eu preciso desta pessoa? Ou desta relação? Quanto maior a necessidade… mais dúvidas existem de que seja realmente amor.
O amor expande-nos, torna-nos maiores. Leva-nos mais e mais ao encontro de quem somos. O amor nunca nos diminui. Não faz exigências, não nos pede que sejamos menos do que somos.
Outra pergunta bastante pertinente é: Se esta relação terminar, o amor mantém-se? O que me liga a esta pessoa permanece intacto? Se a resposta é não, e habitualmente é, então dá que pensar…
O amor é contingencial? Depende de uma forma?
Desfeita a forma, o amor desfaz-se também?
Então talvez não seja mesmo amor.
Vivemos numa sociedade que valoriza imenso o Amor Romântico.
Muitos de nós sonham ou sonharam com o príncipe encantado, com a princesa dos seus sonhos cor-de-rosa.
Mas a vida raramente vai ao encontro dessas histórias que habitam o nosso universo interior de fantasia.
E aí convém perguntarmo-nos, para lá do romance, o que fica?
Qual o substrato que alimenta ou alimentou as relações que vivemos?
Estaremos nós disponíveis para um amor maior?
Que nos amplifica, que nos expande?
Estaremos nós preparados para abrir o nosso coração para sentir para além da forma? E para amar realmente as pessoas com que a Vida brinda o nosso caminho?
O que temos nós para dar?
Ou será que temos andado tão focados em receber, em ir buscar ao outro, que por isso nos esquecemos de ver e sentir a sua essência, e a nossa?
Sugestão de exercício:
Escreva o nome de todas as pessoas realmente importantes que passaram pela sua vida.
Que pensamentos e sentimentos surgem ao pensar em cada uma delas?
Sinta, em relação a cada uma, se o amor permanece em si, se consegue senti-lo vivo no seu coração.
Se observar que surgem muitas evocações negativas ao pensar em alguém… questione-se: realmente amei esta pessoa? Porque estou a sentir o que estou a sentir?
Abra-se assim também a perceber se há algo pendente, algo que precise de ser resolvido em relação a essas pessoas.
E se sentir que é o momento para si, faça o que precisar de ser feito.
Porque nada nos aprisiona mais do que as histórias mal resolvidas do nosso passado!
Que possamos libertar-nos, para nos abrir a mais amor na nossa Vida.
Amor Real.
Que permanece, mesmo que não se veja, para além da forma, para além do tempo.
Cristina Gomes
Psicoterapia Multidimensional | Terapias de Florais de Anura | Regressão a Vivências Passadas | Reiki
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